Obras de arte históricas e contemporâneas, em sua maioria nacionais, que refletem sobre o lugar do bordado na arte dos séculos XX e XXI compõem a exposição inédita Transbordar: Transgressões do Bordado na Arte, em cartaz a partir de 26 de novembro no Sesc Pinheiros e com agendamento de visitas em sescsp.org.br/pinheiros.
Com curadoria de Ana Paula Cavalcanti Simioni, a mostra reúne obras de mais de 30 mulheres e homens artistas que se utilizam do bordado como um meio expressivo contestador de hierarquias estéticas e sociais. São nomes como Ana Miguel, Anna Bella Geiger, Arthur Bispo do Rosário, Beth Moysés, Fabio Carvalho, Fernando Marques Penteado, Jucelia da Silva, Karen Dolorez, Leonilson, Letícia Parente, Lia Menna Barreto, Nazareth Pacheco, Pola Fernandez, Rodrigo Mogiz, Rosana Palazyan, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Sônia Gomes, Zuzu Angel, entre outros. A mostra traz ainda alguns trabalhos de arpilleras chilenas.
Historicamente, o bordado foi uma atividade muito semantizada e, tal como ocorreu com diversas outras práticas artísticas, como a tapeçaria, vitrais e mobiliário, foi relegado pelo circuito acadêmico que pulsava na Europa do século XVI à condição de uma “arte menor”, ao contrário do que ocorreu com a pintura e escultura que foram, então, habilitadas como “belas artes”.
A exposição discute a ideia do bordado como um ornamento tido como fútil ou pouco funcional por meio de obras que incitam a pensar sobre diversos tipos de violência – contra a população infanto-juvenil, violência de gênero, violência racial, violência manicomial, gordofobia e LGBTQIA – tão disseminados na sociedade contemporânea.