A quarta edição da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, que ocorre entre os dias 14 e 21 de março, contará com dez espetáculos de países como Bélgica, Alemanha, Chile, Líbano, África do Sul e Brasil. As montagens ocupam vários espaços da cidade: Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, Itaú Cultural, Sesc Vila Mariana, Sesc Pinheiros, Sesc Belenzinho, Teatro João Caetano, Centro Cultural São Paulo (CCSP) e Theatro Municipal de São Paulo.
Idealizada por Antônio Araújo, diretor do Teatro da Vertigem e professor da ECA-USP, e Guilherme Marques, diretor geral do CIT-Ecum/Centro Internacional de Teatro Ecum, respectivamente diretor artístico e diretor geral de produção da MITsp, desde a primeira edição, em 2014, a mostra privilegia a experimentação e a investigação em artes cênicas. As montagens apresentadas enveredam pelo hibridismo de linguagem e pela percepção da teatralidade como campo expandido. A programação de espetáculos é acompanhada pelos eixos reflexivo e pedagógico, que propõem ações que fomentam atividades críticas, debates, formação do olhar do espectador, além da troca de experiências entre os artistas.
Nesta quarta MITsp, a inquietação com relação à atual conjuntura do Brasil perpassa todos os eixos que nortearam a direção artística da mostra. O primeiro deles é a questão da negritude, do racismo, do protagonismo negro e do empoderamento, reverberando discussões tanto no campo político quanto poético.
Nesse sentido, a 4º MITsp realiza o seminário “Discursos sobre o Não Dito: racismo e a descolonização do pensamento”, com curadoria de Eugênio Lima e Majoí Gongora. Entre os convidados do seminário, a intelectual sul-africana Nicky Falkof, da Universidade de Witwatersrand (Joanesburgo), a historiadora Giovana Xavier, a socióloga norte-americana Patricia Collins e a filósofa Djamila Ribeiro. O segundo eixo é o teatro documentário, principalmente produções que se utilizam de fatos reais, documentos em texto e vídeo, em criações de cunho cada vez mais político.